domingo, 3 de fevereiro de 2008

Uma Gravidez e um Parto Maravilhosos

Quando eu e o Carlos Eduardo nos descobrimos grávidos, tivemos aquele susto inicial, mas depois a novidade foi amadurecendo em nossas vidas. Eu como mãe, já me sentia completamente mudada depois de saber que estava gerando um bebê, fruto de muito amor e carinho!! Bem. no início da gravidez, muitas dúvidas surgiram, curiosidades e é claro as mudanças no meu corpo. Mas eu tenho muito que agradecer à Deus pois não tive problemas como enjôos, por exemplo.

Minha gravidez foi muito tranquila e como estava sem trabalhar e sem estudar, tive tempo suficiente para me dedicar a outros talentos que eu sequer imaginava. Aprendi a bordar ponto cruz e me empolguei tanto que acabei bordando e costurando os lençóis do berço. Tudo estava correndo muito bem comigo e meu bebê. Quando estávamos fazendo uma lista de nomes para o bebê, sugerimos alguns para meninos, mas parecia que já sabíamos que seria uma bela menina e de cara falamos que seria ISABELLA se fosse uma menina. Até o dia que fizemos um ultra-som e podemos chamá-la pela nome.

Numa tarde que estava navegando na internet conheci o site amigas do parto onde encontrei amigos e profissionais sempre dispostos a me ajudar e esclarecer dúvidas. Desde a descoberta da gravidez eu já queria que fosse parto normal. Depois de leituras e depoimentos neste site, acabei por decidir definitivamente por um parto humanizado. E por sorte aqui em Belo Horizonte existe um hospital que presta este serviço!!! Um dia decidi conhecer o hospital e fui muito bem atendida e esclarecida sobre como seria um parto no Hospital Sofia Feldman.
Chegando perto do dia 5 de julho eu já não estava mais aguentando de ansiedade, mas faltava um pouquinho pois a data provável do meu parto seria dia 12 de julho. Bem. no dia 7 de julho, num domingo, depois de passear com o maridão no shopping, cheguei em casa sentindo algo estranho.

No final da tarde achei que estava perdendo líquido e liguei para minha médica, e ela me disse para ir pro hospital e verificar o que estava acontecendo. Puxa!! Como fiquei feliz!! Cheguei até pular de alegria, mesmo com o barrigão, só de pensar que iria conhecer o rostinho da minha bambina!! Chegamos ao hospital por volta das 19:30 e o médico me disse que estava tudo bem comigo e que eu poderia voltar para casa. Bem. voltei para casa, um pouco decepcionada por mais um rebate falso. Mas para minha surpresa, por volta das 21 horas, eu comecei a sentir umas dores fortes. Fiquei um pouco apreensiva, pois não imaginava que o meu momento estaria tão perto.

Eu imaginei que seria apenas o começo do trabalho de parto e que isso iria demorar muito até a bolsa estourar. Por falta de experiência, não me preocupei em observar os intervalos das dores. Enfim me lembrei que tomar banho aliviariam muito as contrações e fiquei no banho por alguns minutos. Puxa!!! Como foi bom!!! Ao sair do banho, pedi ajuda para meu marido e no instante que já ia me secar, senti algo me molhando. O Carlos dessa vez disse que agora sim eu estava perdendo líquido e que a bolsa havia estourado. Depois de disso, as contrações foram aumentando e os intervalos cada vez menores.

Bem, até eu resolver telefonar para minha irmã e chamá-la para ir conosco ao hospital, pois ela e o Carlos iriam assitir o parto, se passaram mais de 2 horas. Chegamos ao hospital por volta da meia-noite e o médico ao me examinar disse que eu já estava com 9 centímetros de dilatação e que o bebê já estava na horinha de nascer. Fui para a sala de parto, onde havia uma cama confortável de um lado e do outro lado os instrumentos para o parto. Em nada se parecia com um hospital. Logo chegaram a Imaculada, uma doula que me auxiliou muito nas contrações, e a enfermeira obstetra chamada Denise, sempre muito alegre e divertida. É sério! Mesmo tendo contrações eu ainda pude achar graça na empolgação da obstetra Denise.

Meu marido e minha irmã foram muito importantes nesse momento. Sempre que eu podia, olhava para eles em busca de força e carinho. Nessas horas a força tem de ser toda nossa, mas as pessoas que amamos nos transmitem muita segurança!!! Aprendi a controlar minha respiração, procurar a melhor posição para ficar na cama e a doula me ensinou que eu deveria usar minha força para tentar expulsar minha filha e não para gritar, como outras mulheres estavam fazendo. Depois de alguns minutos, por volta de 1:33 do dia 8 de julho, minha filha nasceu!!!!
Gente, depois fazer tanto esforço, e a obstetra me dizendo que na próxima contração eu deveria aproveitá-la bastante para que a cabecinha da Isabella saísse. Não foi necessário fazer o corte no períneo e estava tudo correndo bem com o parto. Bem. agora eu gostaria que o leitor parasse e tentasse imaginar como foi esses segundos tão maravilhosos!! Ao fazer como a obstetra disse, aproveitei essa contração que seria a última e nesses poucos segundos minha vida parece que estava em camera lenta.

Assim que vi minha pequenina com os olhinhos abertos, não me contive e comecei a chorar de alegria e alívio por enfim conhecer aquele pequeno ser que dava os chutinhos na minha barriga. Enquanto chorava de felicidade, dizia toda hora para o Carlos: "é ela, a Isabella nasceu!!! Nossa meninaa nasceu!!! Nossa Deus, que felicidade!!!" Fui muito bem acompanha pela doula e pela obstetra. Minha filha também recebeu os cuidados da pediatra ali mesmo sobre o meu peito.
Enfim pude abraçar a Isabella e falar tudo que se passava na minha cabeça naquele momento: ". filha você é muito querida!!. filha, eu sou a mamãe que conversava com você o tempo todo." Meu marido cortou o cordão umbilical da Isabella e assim como eu, ficamos meio abobalhados olhando para nossa menininha! Pude amamentar minha filha ali mesmo, e aproveitar para fazer muitos carinhos nesse lindo bebê!!! Tomei banho logo em seguida, e fui para o quarto onde ficaria bem pertinho da Isabella.

Essa primeira madrugada ao lado da Isabella foi muito tranquila e se passou rapidamente. No outro dia pela manhã eu já poderia sair do hospital!! Passei esse dia todo no hospital e para minha pude constatar que outras mulheres não tiveram a felicidade que eu tive de poder ver a minha filha nascer da forma mais natural possível. Só para explicar como é essa estória de parto natural para quem não sabe ainda.

Tive uma gravidez tranquila, sem tomar remédios e sem engordar em exagero. Escolhi um hospital que trata a mulher como atriz principal desse momento único nas nossas vidas!!! Não foi preciso tomar anestesia, pois a dor é controlável, ainda mais depois que pessoas capacitadas lhe transmitem segurança! Não houve episiotomia (corte no períneo), pois meu períneo estava com uma ótima elasticidade. A única coisa que me fez lembrar que eu estava em um hospital foi no momento que colheram meu sangue para exame. Além disso tudo foi muito tranquilo!!
Espero que nessas poucas linhas eu tenha feito uma pequena descrição de um momento tão especial na minha vida!! O momento que minha filha nasceu foi muito rápido se levar em conta o tempo, mas foi infinito e precioso toda vez que imagino aquela cena!!!

Adriana Sales Zardini
Belo Horizonte, MG

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Nathan, um presente de Deus



Na madrugada do dia 23 de fevereiro de 2004, um sonho se tornou realidade.

Nasceu, em casa, uma criança que recebeu o nome de Nathan, significando "presente de Deus." Eu escolhi o parto em casa e planejei o nascimento para ser assitido por duas enfermeiras obstetras. Esse seria meu segundo parto natural. Minha primeira filha, também nasceu de parto natural na água realizado numa casa de parto. Fomos assitidas por uma enfermera obstetra, uma obstetriz e uma doula.


A melhor parte é poder dizer que tive dois parto dignos, respeitosos, por quais passei INTEIRA. Hoje sou uma mulher completa graças à maternidade.


Tive contrações irregulares durante a noite até o próximo dia sem entrar em trabalho de parto ativo. Entrei em contato com a enfermeira obstetra que veio me monitorar. Ainda não erá a hora, então esperamos meu tempo para dar a luz. Me entreguei a sabedoria do meu corpo,grávido, maravilhoso. O fato da minha existência vejo como uma prova de que as minhas ancestrais eram parideiras!


Foram quase 4 horas até o nascimento do Nathan. Ele nasceu em cima da nossa cama, onde ele foi concebido. Eu estava ajoelhada, eu que fiz tudo. Eu deixei a cabeça nascer lentamente, depois tirei o cordão que estava enrolado no seu pescoço e ele escorregou em minhas mãos.


Fiquei segurando ele por vários minutos, sem separação ou procedimentos, era evidente que ele está lindo, gordo (pesava uns 4 kgs) e bem saudável. Entreguei ele para o pai, para o nascimento da placenta que ainda estava ligada ao bebê. Em poucos minutos a minha sogra chegou com a minha filha de 3 anos para ver o novo homem da família. A


irmã presentiou o pequeno com um grande espirro e uma serenata de "Coelhinho da Pascoa". Minha sogra, que teve 2 cesáreas ficou maravilhada pois viu que o parto funciona mesmo! As enfermeiras deram uma olhada no Nathan enquanto eu levantava para tomar uma banho. As visitas, enfermeiras e sogra, deram uma arrumada e foram para seus casas.

Eu, meus filhos e seu pai, deitamos todos juntinhos na cama da família e dormimos, muito felizes!

Casa de Parto de Juiz de Fora

Casa de Parto de Juiz de Fora
Assine o abaixo assinado apoiando a Casa de Parto de Juiz de Fora. Toda mulher tem o direito a ser assistida com respeito e carinho!

Apoio as Casa de Parto e a continuação do maravilhoso trabalho da Casa de Parto de Juiz de Fora sem impedimentos! Por uma questão de Direitos Humanos das mulheres grávidas escolherem onde e como desejam dar a luz. Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde a mulher deve ser atendida onde ela escolher, seja em sua casa, no hospital ou numa casa de parto.As taxas absurdas de intervenções iatrogênicas e cesáreas desnecessárias dentro dos hospitais torna os Centros Parto Normal uma ótima opção para quem deseja a exercer seu DIREITO de dar a luz de forma digna e saudável.Nos últimos 9 anos, como doula e educadora perinatal nos EUA e agora no Brasil, tive a honra de acompanhar partos em casas de parto com assitência de enfermeiras obstétricas e obstetrizes.Também tive o grande PRAZER de viver duas gestações carinhosamente cuidadas por enfermeiras. Meus partos foram naturais e muito positivos, assistidos numa casa de parto e o outro em minha casa.

BEM NASCER é uma opção da MULHER!
Atenciosamente,
Alessandra Godinho
Doula e Educadora PerinatalONG Bem Nascer/Parto do Princípio

Parto Respeitoso





12 de julho de 2001



Eu escolhi um "parto natural" numa casa de parto, pois teria a possibilidade de realizar o parto na água. Tive a sorte de encontrar uma enfermeira-obstetra que tem uma filosofia profissional baseada em respeito, liberdade e dignidade.


Quarta-feira

3:00 As contrações me acordam. Comi, tomei um banho demorado e fiquei curtindo as sensações do parto. Eu continuei ativa, ficando "de quatro", dançando, caminhando ou me apoiando no sofá. Existe uma certa serenidade em estar sozinha, especialmente durante o parto. Um momento espiritual, só eu, o meu bebe e Deus. Senti-me forte, abençoada e conectada a tudo.



Quinta-feira, 12 de julho.

6:15 Chegamos na casa de parto. A parteira conversou comigo e checou a minha dilatação: 7 cm. Fiquei feliz! (Perdi noção do tempo)... Lembro que entrei na banheira e parei de comunicar com palavras.


"sala de parto"
16:27 Depois de um longo período explosivo dentro da banheira, a cabeça da bebê nasceu e entre uma contração e outra sai da banheira e fiquei de cócoras no chão do banheiro. Ali mesmo dei à luz a minha filhinha. Seu corpinho saiu lentamente, seus ombros... Mais uma contração e finalmente todo seu corpo escorregou. Que alivio! Que felicidade!



19:00 Já estávamos em casa na nossa cama, todos exaustos e muito, muito felizes.


Fiquei satisfeita com o parto. Tive liberdade o tempo todo. Eu tomei as decisões.


Fui para casa sem episiotomia, sem pontos, sem drogas e sem procedimentos desnecessários.
A experiência de dar à luz de um modo fisiológico e em paz foi um momento sagrado em minha vida. O tempo parou, eu me tornei eterna, uma parte do grande círculo da vida. A mulher se tornou mãe. E a menina... Renasceu como um novo ser: minha querida filha.


Em 23 de fevereiro de 2004 nasceu o meu segundo filho querido, de parto natural DOMICILIAR. Eu mesma que fiz o parto apesar de ter a presença de duas enfermeiras obstétricas que cuidaram de mim com muito carinho e respeito.


MUITO OBRIGADA, AMO VOCÊS!


Alessandra Godinho
Mãe, Doula e Educadora Perinatal